O valor da empresa tem 3 principais direcionadores:
(i) seus fundamentos (ou sua capacidade de entregar uma rentabilidade acima do custo de capital), que depende da força do modelo de negócios e das vantagens competitivas construídas,
(ii) as expectativas de crescimento e
(iii) a massa monetária disponível na economia (“massa de ar frio ou quente” que empurra o valor de todos os ativos simultaneamente para cima ou para baixo).
Os executivos influenciam os dois primeiros através das decisões corporativas de investimento (quais projetos investir, onde alocar o capital) e de financiamento (quais fontes de capital utilizar). O terceiro direcionador foge ao controle e depende da política macroeconômica e monetária local e global. Ainda que se tenha fundamentos robustos, o valor somente destrava se houver vias de crescimento. Este é o dilema dos executivos de empresas que ingressam no mercado de capitais: não se pode parar de acelerar, uma vez que a operação já se mostre rentável (em patamares elevados). A Ambev enfrenta este dilema e serve de exemplo: com um dos modelos de negócios mais fortes no Brasil (ROE médio de 18% ao ano entre 2018 e 2023), seu valor estancou em R$ 250 bilhões. Por este motivo que tem investido em segmentos como água, sucos, logística e até alimentos. Outras empresas buscam o crescimento utilizando atalhos, como M&A. A ausência de crescimento ou de expectativa de crescimento retira parte relevante do valor de empresas saudáveis.